Iroldo de Oliveira Rodrigues começou nas peladas de rua de Fortaleza (CE), onde
nasceu no dia 24 de abril de 1942.
Transferiu-se para Recife (PE), onde passou a defender as cores do Sport,
sagrando-se vice-campeão da categoria de juvenis em 1959, depois de uma
melhor-de-três contra o Santa Cruz (na primeira partida, em 23 de agosto de
1959, Iroldo marcou o gol da vitória de 1 x 0; depois, o Santa Cruz venceu as
outras duas partidas).
Curiosidade: no time do Sport Recife atuava o lateral-esquerdo Rildo, que
depois também iria jogar no Botafogo.
No dia 12 de setembro de 1959, Iroldo viajou para o Rio de Janeiro, onde
apresentou-se ao Botafogo.
Já em março do ano seguinte, Iroldo integrava a delegação de juvenis do
Botafogo em uma excursão para cinco cidades do Mato Grosso (Rildo também já
fazia parte do grupo).
Quando o grande Carlos Alberto Torres surgiu nos juvenis do Fluminense, ele deu
a seguinte declaração para a Revista do Esporte: “De todos os extremas juvenis,
o melhor, na minha opinião, é o Iroldo, do Botafogo”.
O Botafogo sagrou-se vice-campeão carioca de juvenis de 1960, com esta
escalação na final contra o Flamengo: Luís Cláudio (Amauri), Rubinho, Zé Carlos
e Rildo; Luís Carlos e Silas; Roberto (Sidney), Arlindo, Dimas, Dedé e Iroldo.
No ano seguinte, 1961, na categoria de Aspirantes (reservas) o Botafogo conquistou
a Taça “Antônio Gomes de Avellar”, realizada de 3 de agosto a 24 de setembro de
1961, com Iroldo marcando os dois gols da vitória de 2 x 1 sobre o Fluminense,
na decisão do torneio.
No primeiro semestre de 1962, Iroldo foi campeão carioca de juvenis pelo
Botafogo, quando disputou todos os jogos da campanha e marcou sete gols. O time
que disputou a última partida do campeonato, em 9 de junho de 1962, foi Florisvaldo,
Mura, Zé Carlos, Admilton e Santos; Luís Carlos Theodoro e Arlindo; Iroldo,
Dedé, Roberto Miranda e Othon Valentim. Técnico: Egídio Landolfi (Paraguaio).
Logo depois, Iroldo foi um dos 23 jogadores convocados para disputar o II Campeonato
Brasileiro de Seleções Amadoras, competição vencida pela seleção carioca.
Detalhe: dos 23 jogadores, 14 eram do Botafogo.
Na equipe principal, Iroldo estreou no dia 10 de janeiro de 1962, no estádio
Nacional de Santiago, num torneio amistoso realizado no Chile, com vitória de 4
x 1 sobre o Ferencvaros, da Hungria. Formou o Botafogo com Manga (Adalberto),
Joel, Zé Maria, Nilton Santos (Paulistinha) e Rildo (Wilton); Ayrton
(Pampolini) e Didi (Édison); Garrincha (Iroldo), Amoroso (China), Amarildo e
Zagallo. Técnico: Marinho Rodrigues.
No dia 24 de junho de 1962, Iroldo fez parte da equipe que conquistou o Torneio
Início, disputado no Maracanã.
Na reserva de Garrincha (na ponta-direita) ou de Zagallo (na esquerda), Iroldo
viu o Botafogo ganhar o bicampeonato carioca. Era considerado um elemento
futuroso, mas que não estava ainda em condições de substituir um dos titulares.
Ainda disputaria mais quatro amistosos na equipe principal no ano de 1962. Surgiram
propostas do Municipal, do Peru, do Millonarios, da Colômbia, e até do
Flamengo, pelo passe de Iroldo, mas, em todas as oportunidades, o técnico
Marinho Rodrigues desaconselhou a transação.
No começo de 1963, Iroldo seguiu com o Botafogo por uma excursão do clube pela
América do Sul, sendo o único reserva para o ataque. Disputou oito amistosos em
1963, um jogo pela Taça Libertadores e um pelo Torneio Rio-São Paulo.
Continuava na dura luta por uma vaga no ataque do Botafogo, formado por craques
como Garrincha, Jairzinho, Amarildo, Quarentinha, Amoroso, Jair Bala e Zagalo.
Não era fácil a tarefa de Iroldo em conseguir uma vaga entre esses jogadores.
Em setembro de 1963, Iroldo foi emprestado (juntamente com outro jogador do
Botafogo, Dagoberto) ao Fluminense, de Feira de Santana (BA), onde fez parte da
equipe que venceu o Campeonato Baiano daquele ano, que seria encerrado em março
de 1964. O Fluminense, campeão do 1º turno, decidiu com o Bahia, vencedor do
2º, numa série de três partidas. Após dois empates, no dia 8 de março de 1964 o
Fluminense derrotou o Bahia, por 2 x 1, e pela primeira vez conquistou o título
de campeão da Bahia. No terceiro e decisivo jogo o Fluminense formou com
Mundinho, Misael, Ninoso, Val e Carlinhos; Chinesinho e Ari; Dagoberto, Renato,
Almeida e Iroldo. Técnico: Antônio Conceição (Tonho).
Logo depois desse jogo, Iroldo retornou ao Botafogo e, em junho de 1964, foi
cedido em definitivo ao Deportivo Cali, da Colômbia. Estreou
em 12 de julho de 1964, jogando contra o Santa Fé.
Em 1965, o
Deportivo Cali ganhou o primeiro título nacional, depois de um início vacilante
da equipe. O artilheiro da equipe foi Jorge Ramirez Gallego, com 32 gols, enquanto
o jogador com mais partidas foi Iroldo, com 46.
Em 1967, Iroldo obteve seu segundo título colombiano. Neste ano, a equipe foi
definida pelos especialistas como uma demonstração de poder, sincronização, bom
toque de bola, gols (o segundo maior em número de gols no campeonato), força,
qualidade e classe. Iroldo foi considerado a grande figura nessa época
inesquecível, ao se tornar o artilheiro do Deportivo Cali na competição, com 20
gols, número igual ao de seu companheiro de equipe, o paraguaio Benício
Ferreyra.
No ano dourado do Deportivo Cali, também merece
destaque dois amistosos internacionais. O primeiro deles, em 22 de junho de
1967, quando o alviverde colombiano trouxe um clube grande da Europa, o Napoli,
da Itália, acontecimento inovador para o futebol colombiano. O time italiano
chegou com suas estrelas, tais como os argentinos Angelillo e Omar Sívori e o
brsileiro naturalizado italiano Altafini Mazzola. O Napoli fez 2 x 0 no
primeiro tempo, gols de Altafini e Sívori, mas no segundo o Deportivo Cali
buscou o empate em 2 x 2, com um dos gols marcados por Iroldo.
O segundo, em 10 de dezembro de 1967, amistoso para comemorar o título de
campeão nacional. O adversário foi o Dínamo de Moscou, da Rússia, e que trazia como
goleiro o lendário Lev Yashin. O clube colombiano venceu por 1 x 0, gol de
Iroldo.
A partir de
1968, o campeonato colombiano passou a ser disputado em dois torneios:
“Apertura” e “Clausura”. O Unión Magdalena venceu o Apertura, com o Deportivo
Cali na segunda colocação. Já o “Clausura” foi vencido pelo Deportivo Cali. Os
campeões representaram a Colômbia na Taça Libertadores da América de 1969.
Voltaria a sagrar-se campeão colombiano no ano de 1969,
retornando ao
Botafogo, por empréstimo, desembarcando no Rio de Janeiro em 30 de junho desse
ano. Fez parte da equipe que venceu a Taça Brasil (depois reconhecida como
Campeonato Brasileiro) de 1968, disputando dois jogos, ambos contra o
Cruzeiro-MG, em 23 e 27 de agosto de 1969.
Em 1º de novembro de 1969, na Ilha do Retiro, em Recife-PE, fez seu último jogo
com a camisa do Botafogo, com derrota para o Santa Cruz por 2 x 1. O Botafogo
formou com Cao, Moreira, Chiquinho Pastor, Moisés e Waltencir; Carlos Roberto e
Afonsinho; Iroldo, Humberto (Torino), Ferretti (Nei Conceição) e Paulo César
Lima. Técnico: Zagallo.
Contando as duas passagens pelo Botafogo, Iroldo disputou vinte e nove jogos e
marcou três gols.
Reapresentou-se ao Deportivo Cali em janeiro de 1970 e venceu mais um
campeonato colombiano nesse mesmo ano.
Em 1972 jogou pelo Cúcuta Deportivo F. C. e encerrou sua
carreira depois que retornou ao Deportivo Cali, atuando nos anos de 1973 e 1974
(mais um título colombiano).
Com o Deportivo Cali jogou 314 partidas e assinalou 106 gols. No campeonato
colombiano foram 94 gols em 287 jogos. Na Taça Libertadores anotou 9 gols.
Correio da Manhã
Datafogo
Jornal dos Sports
Jornal El País, da Colômbia
Livro “Sentimiento Verde”
Livro “Deportivo Cali: Nuestra Historia”
Revista do Esporte.
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