A assistência que compareceu ao local foi apenas regular.
E de forma melancólica Heleno de Freitas fez sua estréia no time principal do Botafogo. Atuou na meia-direita, para logo ser substituído. Um fiasco.
Essa estréia amarga, em um compromisso internacional, foi um salutar batismo de fogo. Atingido em sua segurança, salvou-se pelo amor próprio. O revés, porém, em nada afetou a posição alcançada junto aos dirigentes. Pelo contrário, os veteranos é que foram responsabilizados pela fragorosa derrota.
O jogo transcorreu francamente favorável ao San Lorenzo, cujo quadro movimentou-se com regular precisão, pondo em prática os seus jogadores um jogo bem controlado.
Os argentinos atacaram muito maior número de vezes e com muito melhor visão do arco.
O quadro do Botafogo atuou abaixo da crítica, não parecendo absolutamente o mesmo quadro que disputou tão bem o campeonato carioca daquele ano, quando alcançou o vice-campeonato. Nem mesmo os seus pontos altos, a ala esquerda e a linha média, fizeram qualquer coisa de apreciável.
Houve como que uma desarticulação geral de todos os seus elementos.
Em seu aspecto geral a partida não agradou, justamente pela diversidade de atuação dos dois adversários.
Alguns jogadores do Botafogo entregaram-se a condenáveis excessos de jogo “pesado” e os argentinos disso se aproveitaram, em vez de se amendrontarem.
O San Lorenzo alcançou um triunfo nítido, insofismável, pois atuou sempre muito melhor que o adversário, que, só no final conseguiu equilibrar as ações.
Os dois times formaram com as seguintes organizações:
BOTAFOGO: Aymoré Moreira, Graham Bell e Nariz; Zezé Procópio, Zezé Moreira e Canalli; Álvaro, Heleno de Freitas, Carvalho Leite, Perácio e Patesko.
SAN LORENZO: Gualco, Tersolo e González; Zubieta, Farias e Colombo; Fattoni, Valdemar, Langara, Ballesteros e Nuñez.
Humberto substituiu Aymoré Moreira aos 15 minutos de jogo.
Martim substituiu Heleno de Freitas aos 30 minutos de jogo.
No segundo tempo, no início, César substituiu Martim.
Aos 25 minutos, Brettini substituiu Valdemar.
OS GOLS
Aos 35 minutos de jogo, Canalli faz uma falta perto da área. Fattoni bate muito bem e Langara, com magistral cabeçada, aninha a bola no centro da meta, anulando qualquer ação de Humberto.
Aos 40 minutos, em um ataque bem organizado, Fattoni produz ótimo centro e novamente Langara, com forte cabeçada e contando com a falha do goleiro Humberto, assinala o segundo gol argentino.
O primeiro tempo terminou com o placar de 2 x 0 a favor do San Lorenzo.
No segundo tempo, aos 15 minutos de jogo, Nariz falha e Langara marca pela terceira vez, com arremesso de pé esquerdo.
Um minuto após, em um bom ataque, Álvaro consegue centrar, César entra firme e marca o gol do Botafogo.
Aos 25 minutos do segundo tempo, Brettini arremessou de longe. Humberto atrapalhou-se e deixou que a bola fosse inesperadamente às redes, sendo assim marcado o quarto gol do San Lorenzo.
No último minuto de jogo, Langara ainda consegue marcar, após uma série de passes, o quinto gol do San Lorenzo, com um arremesso de meia altura.
O jogo finalizou, pois, com a vitória do San Lorenzo, por 5 x 1.
O ÁRBITRO
O árbitro argentino Eduardo Forte teve ótima atuação. Foi justo, imparcial e marcou com precisão os “hands” e “off-sides”.
FONTES:
JORNAL DO BRASIL
O HOMEM QUE SONHOU COM A COPA DO MUNDO, de Carlos Rangel, 1970.
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