sexta-feira, 30 de junho de 2023

A PRIMEIRA VEZ DO BOTAFOGO NO RIO GRANDE DO SUL - 1931


O Botafogo aproveitou a suspensão do campeonato carioca de 1931 para realizar, pela primeira vez, uma excursão ao Rio Grande do Sul, para onde embarcou no vapor “Araçatuba”, a 16 de junho. O clube carioca viajou desfalcado de três dos seus principais jogadores, todos eles emprestados ao Vasco da Gama para uma excursão a Europa: Nilo, Carvalho Leite e Benedito.
A delegação foi chefiada por Alarico Maciel, seguindo como técnico o húngaro Nicolas N. Ladanyi e levando três jogadores de outros clubes cariocas: o goleiro Sylvio e o atacante Carola, do América, e o meia Nena, do Serrano, de Petrópolis, gentilmente emprestados por seus clubes.
Apesar de ter chegado muito cedo, dirigentes dos clubes Internacional e Grêmio, promotores da excursão, foram ao cais receber a delegação carioca, que se hospedou no Hotel Americano.
No mesmo dia da chegada a Porto Alegre, 21 de junho, perante grande assistência calculada em 20 mil pessoas, o Botafogo estreou no Estádio dos Eucaliptos, contra o Internacional, empatando em 1 x 1. Cobrando pênalti cometido em Javel, o Internacional marcou primeiro, aos sete minutos da primeira etapa do jogo, através de Honório. Álvaro empatou no final do segundo tempo. O Botafogo formou com Sylvio, Póvoa e Rodrigues; Affonso, Martim e Benevenuto; Álvaro, Juca da Praia (Octacílio), Carola, Nena (Rogério) e Celso. Defenderam o Internacional Penha, Miro e Risada; Ribeiro, Magno e Moreno; Nenê, Javel, Alfredo, Honório e Ricardo.
Esse jogo com o Botafogo foi o primeiro da história do Internacional contra equipes de outros Estados.
Três dias depois, 24 de junho, o Botafogo venceu o Grêmio por 2 x 1, no campo deste, na Baixada. Aos 12 minutos de jogo, Laci abriu o marcador para o tricolor gaúcho. A virada do Botafogo aconteceu no segundo tempo, com Álvaro, aos cinco minutos, e Octacílio, através de um gol irregular segundo os jogadores do Grêmio (teria ajeitado a bola com a mão).
O time do Botafogo foi quase o mesmo do primeiro jogo, entrando Canalli no lugar de Afonso, e Rogério substituindo Nena na meia-esquerda. O Grêmio jogou com Lara, Dario e Sardinha; Mabília, Poroto e Russo; Laci, Artigas, Luiz Carvalho, Foguinho e Nenê.
Em sua última partida em Porto Alegre, o Botafogo enfrentou, no dia 28 de junho, um combinado de jogadores do Grêmio e do Internacional. A mesma multidão que presenciou os jogos anteriores assistiu ao desenrolar dessa partida, que terminou com o placar de 4 x 1 favorável ao combinado gaúcho. O Botafogo formou com Sylvio, Póvoa (Hermínio) e Rodrigues; Canalli, Martim (Tupi) e Benevenuto; Álvaro, Paulinho, Carola, Nena (Otacílio) e Celso. O combinado gaúcho atuou com Penha (Internacional), Dario e Sardinha (ambos do Grêmio); Ribeiro (Internacional), Magno (Internacional) e Poroto (Grêmio); Nenê (Internacional), Foguinho (Grêmio), Luiz Carvalho (Grêmio), Honório (Internacional) e Nenê (Grêmio).
No primeiro tempo, Luiz Carvalho e Honório marcaram para o combinado. No segundo, Honório ampliou o placar para 3 x 0, Celso diminuiu e Foguinho definiu o placar de 4 x 1 a favor dos gaúchos. Dois foram os árbitros do jogo: Jean Ryll no primeiro tempo e João Pedro Rosário no segundo.
Depois desse jogo, seguiu o Botafogo para a cidade gaúcha de Pelotas, onde venceu, em 3 de julho, o C. A. Bancário, por 4 x 2, gols de Celso (2), Álvaro e Paulinho. O time botafoguense foi esse: Germano, Póvoa e Rodrigues; Afonso, Martim (Almo) e Canalli; Álvaro, Paulinho, Carola, Otacílio e Celso.
Rumou o Botafogo para a cidade de Rio Grande, onde enfrentou e venceu o S. C. Rio Grande, por 2 x 1, no dia 5 de julho, com dois gols de Celso. Formou o Botafogo com Germano, Póvoa e Rodrigues; Afonso, Martim (Almo) e Canalli; Álvaro, Paulinho, Carola, Otacílio e Celso. O Rio Grande jogou com Grandjean, Menestrino e Horácio; Quengão, Carruíra e Reprega; Donato, Sanga, Degani, Palhares e Tatu.
Segundo o livro S. C. Rio Grande Centenário do Futebol Brasileiro, de Miguel Glaser Ramos, houve empate em 2 x 2, com os gols do Rio Grande sendo marcados por Tatu e Sanga. Além disso, o setor defensivo do Botafogo teria sido o seguinte: Sylvio, Hermínio e Rodrigues; Benevenuto, Martim e Canalli. Qual o correto?
Retornou a Pelotas e enfrentou o S. C. Pelotas no dia 8 de julho, vencendo-o por 3 x 2, gols de Celso (2) e Juca, com essa equipe: Sylvio, Otacílio e Rodrigues; Afonso, Benevenuto e Canalli (Rogério); Álvaro (Nena), Martim, Carola, Juca e Celso.
A delegação botafoguense regressou ao Rio de Janeiro a 13 de julho.

Fontes:
O Futebol no Botafogo (1904-1950), de Alceu Mendes de Oliveira Castro
Jornal do Brasil
S. C. Rio Grande Centenário do Futebol Brasileiro, de Miguel Glaser Ramos.



quinta-feira, 29 de junho de 2023

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS: Franquito


Noé Franco Bentes, o Franquito, nasceu em Canelones, Uruguai, em 13 de agosto de 1919.
Jogava no Nacional, de Montevidéu (Uruguai), quando resolveu se transferir para o futebol do Rio Grande do Sul, mais precisamente para o Grêmio Esportivo Bagé.
No dia 21 de outubro de 1943, marcou um dos gols do Bagé contra o Grêmio, de Porto Alegre, no empate em 2 x 2.
Três dias depois, em 24 de outubro de 1943, no Estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre, o G. E. Bagé foi autor de uma notável façanha: aplicou uma goleada de 6 x 1 na Seleção Gaúcha, que era formada basicamente pelos craques do Rolo Compressor do Internacional. Os gols do Bagé foram marcados por Tupan (2), Franquito (2), Fierro e Rui Garrastazu.
Fato curioso aconteceu com Franquito no dia 15 de novembro de 1943, no amistoso realizado em Porto Alegre, entre o Grêmio e o Bagé, com vitória do tricolor da capital, por 3 x 2. A partida foi pontilhada de incidentes, o mais sério o que se registrou entre Franquito, do Bagé, e o centro-médio do Grêmio, Sanguinetti, sendo este violentamente agredido por Franquito. Indignado com o procedimento do seu profissional, o próprio presidente do clube de Bagé entrou em campo e retirou Franquito ao gramado debaixo de bofetões.
No início do ano seguinte, foi para o Botafogo. Seu primeiro treino no Botafogo aconteceu em 8 de janeiro de 1944, já formando entre os titulares.
No treino do dia 14 de janeiro de 1944, Franquito teve uma atuação excepcional, deixando excelente impressão aos que o viram jogar. Na vitória de 8 x 3 dos titulares sobre os reservas, Franquito marcou três gols.
Logo depois viajou para Montevidéu, com o objetivo de regularizar sua situação de estrangeiro e demorou para retornar, levando o Botafogo a encaminhar um telegrama para a capital do Uruguai no sentido de obter maiores esclarecimentos sobre seu paradeiro.
Somente em 27 de março de 1944 é que a Confederação Brasileira de Desportos - CBD encaminhou à federação carioca o passe e a carteira de atleta de Franquito.
Sua estreia no Botafogo aconteceu em 22 de março de 1944, no empate em 3 x 3 com o América, em São Januário, Rio de Janeiro (RJ), jogo válido pelo Torneio Relâmpago. O Botafogo formou com Oswaldo Baliza, Hernandez e Lusitano; Zarcy, Hélio Leite e Negrinhão; Renê, Octávio (Franquito), Heleno de Freitas, Limoeirinho e Reginaldo.       Técnico: Martim Silveira.
Sua passagem pelo Botafogo é assim resumida:

ANO

J

V

E

D

Gols

1944

14

4

5

5

3

1945

20

12

5

3

11

1946

17

8

3

6

4

TOTAL

51

24

13

14

18


Sua última partida com a camisa do Botafogo aconteceu em 18 de setembro de 1946, em Juiz de Fora (MG), quando o alvinegro goleou o local Sport, por 6 x 2.
Depois disso, retornou ao futebol do Uruguai, para defender novamente o Nacional, de Montevidéu.

Fontes:
Sport Ilustrado
Jornal dos Sports



quarta-feira, 28 de junho de 2023

O BOTAFOGO NO YOUTUBE: Rio-São Paulo 1998

GRANDES GOLEADAS: Botafogo 15 x 1 Riachuelo - 1910


BOTAFOGO 15 x 1 RIACHUELO
Campeonato Carioca
Data: 4 de setembro de 1910
Local: Rua Guanabara
Árbitro: Emile Etchegaray
Gols: Abelardo de Lamare (7), Décio Viccari (3), Mimi Sodré (3), Emmanuel Sodré e Rolando de Lamare para o Botafogo e Nabuco Prado para o Riachuelo.
BOTAFOGO: Baena, Edgard Pullen e Dinorah; Rolando de Lamare, Lulu Rocha e Lefévre; Emmanuel Sodré, Abelardo de Lamare, Décio Viccari, Mimi Sodré e Lauro Sodré.
RIACHUELO: C. Fonseca, João de Oliveira e Antônio Miranda; J. Abreu, Nabuco Prado e Tatu; Jonas, Romeu D’Ambrózio, Raul Couto, Loth Silva e Paulo.

Obs.: a terceira maior goleada da história do Campeonato Carioca.




terça-feira, 27 de junho de 2023

A PRIMEIRA VEZ DO BOTAFOGO NO PARÁ - 1927


A 17 de novembro de 1927, a bordo do paquete “Pedro I”, a delegação do Botafogo, do Rio de Janeiro, seguiu para Belém (PA), assim constituída: Chefe – Flávio Ramos; Secretário – Alarico Maciel; Treinador – Ramon Platero; Adido – Sylvio Bernardes e os jogadores Neiva, Baby, Clóvis, Alemão, Otacílio, Orlando, Nestor, Alberto, Aguiar, Pamplona, Rogério, Macarroni, Ariza, Neco, Nilo, Aché, Claudionor e Alkindar (tendo Póvoa seguido depois). Baby e Nilo seguiram com os joelhos machucados. Por outro lado, o Botafogo apresentou três novas aquisições: Póvoa e Alberto, campeões de 1926 pelo São Cristóvão, e o ótimo centro-médio paulista Aguiar, que defendera o Paulistano e que ficou conhecido como o homem dos “passes de veludo”.
Uma semana depois, no dia 24 de novembro de 1927, a delegação do Botafogo chegou a capital paraense, hospedando-se no Grande Hotel, considerada hóspede oficial pelo Governador Dyonisio Bentes.
No domingo, 27 de novembro de 1927, o Botafogo fez a sua estréia em terras paraenses, enfrentando o Clube do Remo, no campo deste. Formando com Neiva, Alemão e Otacílio; Alberto, Aguiar e Rogério; Ariza, Neco (capitão), Alkindar, Aché e Claudionor, o Botafogo venceu por 5 x 1, com dois gols de Ariza e um de Neco, Alkindar e Claudionor, contra um de Santana. O Clube do Remo alinhou Francelísio, Propércio e Evandro (capitão); Lindolfo, Vivi e Pamplona; Formiga, Secundino, Cordeiro, Marinheiro e Santana.
Na quarta-feira, 1º de dezembro, novamente exibiu-se o Botafogo, desta vez contra um combinado paraense formado por jogadores do Clube do Remo, Paysandu e União Esportiva. Com algumas alterações no time que participou do jogo anterior (na zaga o jovem Orlando Pessoa formou a parelha com Otacílio, Pamplona entrou no lugar de Alemão e Nilo reapareceu no lugar de Alkindar), o Botafogo voltou a vencer, por 3 x 1, gols de Ariza, Aché e Nilo, descontando novamente Santana para os paraenses, que formaram com a seguinte equipe: Seabra, Evandro e Abílio; Pamplona, Marituba e Macambira; Formiga, Vadico, Marinheiro, Santana e Arthur Moraes.
Na terceira apresentação, contra o Paysandu, o alvinegro carioca aplicou a goleada de 6 x 2. Este jogo foi realizado no domingo, 4 de dezembro de 1927, e o Botafogo formou com Neiva, Póvoa e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Alkindar, Nilo, Aché e Claudionor. Nilo marcou quatro gols e Alkindar e Aché completaram a contagem. Os gols dos paraenses foram marcados por Cobrador e Oscar.
Na quinta-feira, 8 de dezembro de 1927, o Botafogo enfrentou o União Esportiva, vencendo-o por 3 x 1, tendo jogado Rogério no lugar de Alberto e Neco no de Alkindar. Nilo, duas vezes, e Neco marcaram os gols do Botafogo.
Domingo, 11 de dezembro de 1927, outra vez contra um combinado paraense (desta vez Remo e Paysandu), o Botafogo venceu por 2 x 0, com dois gols de Nilo. As equipes formaram assim: Botafogo – Neiva, Póvoa e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Neco, Nilo, Aché e Claudionor. Combinado Paraense – Seabra, Oscar e Evandro; Bandeira, Marituba e Epifânio; Formiga, Vadico, Pamplona, Santana e Arthur Moraes.
Na quinta-feira, 15 de dezembro de 1927, o Botafogo realizou o seu último jogo da temporada em Belém, tornando a vencer o Clube do Remo, por 2 x 1, com gols de Claudionor e Nilo. O Botafogo atuou com Neiva, Orlando e Otacílio; Macarroni, Aguiar e Roberto (Alberto); Ariza, Alkindar, Nilo, Aché e Claudionor.
A 17 de dezembro de 1927, a bordo do “Comandante Ripper”, a delegação botafoguense deixou Belém e partiu para São Luís, Maranhão.
No dia seguinte, abateu o selecionado local por 6 x 0, com dois gols de Rogério (que pela primeira vez se apresentou como centro-avante), Ariza, Alkindar, Aché e Claudionor. A equipe foi esta: Neiva, Alemão e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Alkindar, Rogério, Aché e Claudionor.
Em seguida, para uma série de quatro amistosos, o Botafogo desembarcou em Recife, onde encontrou a mesma torcida exaltada de 1919. Da velha excursão, só dois elementos figuravam na delegação: Nestor e Neco.
O Botafogo estreou em pleno Natal (25 de dezembro de 1927), no campo da Avenida Malaquias, vencendo o Torre, por 4 x 0, com dois gols de Claudionor, um de Neco e outro de Nilo. Formou com Neiva, Alemão e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Neco, Nilo, Aché e Claudionor. Defenderam o Torre: Valença, Juquinha e Hermínio; Dantas (Hermógenes), Pedro e Faustino; Osvaldo, Piaba, Péricles, Chiquito e Hermes.
A 29 de dezembro de 1927, com um gol de Aché, o Botafogo venceu o Santa Cruz por 1 x 0, tendo jogado Póvoa no lugar de Alemão e Nilo entrado no segundo tempo no lugar de Alkindar. O Santa Cruz formou com Valença, Bebé e Mário Rosas; Julinho, Gama e Pedro; Aloísio, Sebastião (Agnello), Zé Tasso, Victor (Costinha) e Perrucci.
O terceiro jogo em Recife aconteceu já no ano de 1928, mais precisamente no dia 1º de janeiro: uma goleada de 5 x 1 sobre o Sport. Nilo marcou três gols, Aché e Neco, um cada. O quadro foi o mesmo que enfrentou o Torre e o Sport atuou com Mário Franco, Joãozinho e Chico Altino; Aureliano, Alarcon e Masinho; Witham (Dubeux), Limão, Péricles, Ary Pires e Aluízio.
No último jogo, no dia 6 de janeiro de 1928, o Botafogo vencia o América, por 1 x 0, gol de Nilo, quando, ao faltarem quatro minutos para o encerramento do jogo, o árbitro marcou um pênalti de Aguiar. Não se conformando com tal decisão, os alvinegros deixaram o campo, sendo o pênalti batido por George, contra o gol vazio, para registrar o placar de 1 x 1. Formou o Botafogo com Neiva, Alemão e Otacílio; Alberto, Aguiar e Pamplona; Ariza, Neco, Nilo, Aché e Claudionor e o América com Ilo Just, George e Gandra; Deoclécio, Gama e Casado; Alarcon, Ralph, Zé Tasso, Eric e Siza.
A 12 de janeiro, no paquete “Pará”, o Botafogo regressou ao Rio de Janeiro.
O Botafogo obteve dez vitórias e um empate, tendo marcado 38 gols e sofrido oito, obtendo um saldo de trinta gols. Utilizou 16 jogadores: Neiva, Otacílio, Aguiar, Ariza, Aché e Claudionor, nos 11 jogos; Alberto, 10; Nilo, 9; Neco e Pamplona, 8; Alkindar, 6; Alemão e Rogério, 5; Póvoa, 4; Orlando e Macarroni, dois.
Foram seus artilheiros: Nilo, 15 vezes; Aché e Claudionor, 5; Ariza e Neco, 4; Alkindar, 3 e Rogério, 2.



segunda-feira, 26 de junho de 2023

É CAMPEÃO! Os Títulos do Botafogo: Torneio Quadrangular Interestadual - 1954




O Estádio do Maracanã foi inaugurado no dia 16 de junho de 1950, com um jogo que reuniu as seleções de novos da Guanabara e de São Paulo.
Somente quatro anos depois, o Botafogo viria a conquistar seu primeiro título no então “maior estádio do mundo”.
Também seria o primeiro título de campeão do maior ponteiro-direito de todos os tempos, Garrincha.
Além do Botafogo, disputaram o torneio quadrangular interestadual as equipes do Fluminense, do Rio de Janeiro, Palmeiras, de São Paulo, e Internacional, de Porto Alegre (RS).
O torneio teve início no dia 17 de abril, quando o Botafogo venceu o Palmeiras, pelo placar de 4 x 3. Eis a ficha técnica desse jogo:
BOTAFOGO 4 x 3 PALMEIRAS
Data: 17.04.1954
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
Árbitro: Eunápio Gouveia de Queiroz
Renda: Cr$ 172.222,30
Gols: Jayme, 12; Liminha, 20; Berto, 43; Dino da Costa, 65; Jayme, 67; Dino da Costa, 88 e Otávio, 89.
BOTAFOGO: Gílson (Amaury), Araty, Thomé (Orlando Maia) e Floriano; Bob e Ruarinho; Garrincha, Moacyr Vinhas (Paulinho), Dino da Costa, Jayme e Vinícius. Técnico: Gentil Cardoso.
PALMEIRAS: Cavani, Rubens e Juvenal; Waldemar Fiúme (Gérsio), Sarno e Dema (Manoelito); Nei, Liminha, Berto (Otávio), Jair Rosa Pinto e Moacir. Técnico: Cláudio Cardoso.
Fontes: Diário de Notícias e Almanaque do Palmeiras.

No dia seguinte (18), o Fluminense ganhou do Internacional, por 2 x 1, com gols de Telê e Waldo. Canhotinho marcou o gol gaúcho.

O torneio prosseguiu em 21 de abril, quando aconteceu empate em 2 x 2 entre Botafogo e Internacional.
Eis o resumo do jogo:
BOTAFOGO 2 x 2 INTERNACIONAL
Data: 21.04.1954
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
Árbitro: Alberto da Gama Malcher
Renda: Cr$ 229.925,20
Gols: Canhotinho, 10; Dino da Costa, 28; Bodinho, 32 e Dino da Costa, 38.
BOTAFOGO: Amaury, Araty, Orlando Maia e Floriano; Bob e Juvenal; Garrincha, Paulinho, Dino da Costa, Jayme e Vinícius (Neyvaldo). Técnico: Gentil Cardoso
INTERNACIONAL: La Paz, Mossoró, Florindo e Oreco; Nélson Adams e Odorico; Sólis, Aírton, Bodinho, Jerônimo e Canhotinho.
Fontes: Diário de Notícias e Jornal do Brasil.

No dia 25 de abril aconteceu o jogo que decidiu o torneio, entre Botafogo e Fluminense.
Mesmo sofrendo um gol muito rápido, através de Waldo, o Botafogo reagiu e virou o marcador para 3 x 1, conquistando o título. Eis a resenha da partida:
BOTAFOGO 3 x 1 FLUMINENSE
Data: 25.04.1954
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
Renda: Cr$ 251.189,10
Público: 16.803
Árbitro: Alberto da Gama Malcher
Gols: Waldo, 4; Dino da Costa, 60; Garrincha (de pênalti), 62 e Dino da Costa, 68.
BOTAFOGO: Amaury, Thomé (Araty) e Floriano; Orlando Maia, Bob e Ruarinho; Garrincha, Paulinho, Dino da Costa, Carlyle e Vinícius. Técnico: Gentil Cardoso.
FLUMINENSE: Adalberto, Píndaro e Duque; Jair Santana, Édson e Bigode; Telê, João Carlos, Waldo, Róbson e Esquerdinha. Técnico: Francisco de Souza Ferreira “Gradim”.
Fontes: Diário de Notícias e O Jornal.

Mesmo com o título decidido a favor do Botafogo, ainda houve o jogo Fluminense e Palmeiras, nas Laranjeiras, no dia 28 de abril. Vitória do Fluminense por 2 x 1. João Carlos e Waldo marcaram para o tricolor carioca, descontando Jair Rosa Pinto.
O último jogo do torneio, Palmeiras x Internacional, previsto para o dia 1º de maio, no Pacaembu, não foi realizado, após acordo entre as duas equipes, eis que o torneio já estava decidido a favor do Botafogo.


domingo, 25 de junho de 2023

CRAQUES ALVINEGROS: Élton



NOME COMPLETO: Élton Fensterseifer
APELIDO: Élton
LOCAL E DATA DE NASCIMENTO: Roca Sales (RS), 30 de setembro de 1937
POSIÇÃO: Meio-de-Campo
Estreia: 19/03/1963, 3 x 4 SANTOS (SP)
Última partida: 29/05/1966, 3 x 0 FERROVIÁRIO (CE)

CARREIRA NO BOTAFOGO:

ANO

J

V

E

D

GOLS

1963

30

16

8

6

5

1964

43

32

4

7

10

1965

21

13

7

1

1

1966

27

15

4

8

1

Total

121

76

23

22

17


TÍTULOS NO BOTAFOGO:
Torneio Rio-São Paulo - 1964
Torneio Rio-São Paulo - 1966

Defendeu também o Grêmio (1955 a 1963), onde conquistou sete campeonatos gaúchos.
Internacional (1966 a 1970) - um título gaúcho
Seis jogos pela Seleção Brasileira (1960), um gol marcado. Defendeu o selecionado gaúcho que representou o Brasil no III Campeonato Panamericano de Futebol, realizado na Costa Rica.

Faleceu em Porto Alegre (RS), no dia 22 de dezembro de 2010, vítima de um infarto fulminante.








sábado, 24 de junho de 2023

FORMAÇÕES: 1988




Uma das formações do Botafogo no ano de 1988.
Em pé, da esquerda para a direita: Ricardo Cruz, Wilson Gottardo, Josimar, Mauro Galvão, Luisinho e Renato Martins.
Agachados, na mesma ordem: Helinho, Delei, Cláudio Adão, Paulinho Criciúma e Gilmar Popoca.



sexta-feira, 23 de junho de 2023

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS: Fifi


Paulo Eugrécio da Silva, o Fifi, nasceu em Caeté (MG), no dia 25 de maio de 1940.
O apelido foi colocado carinhosamente por sua mãe, pelo fato de ser pequeno e muito magro.
Começou nas categorias de base do Bela Vista Futebol Clube, de Sete Lagoas-MG.
Aos 19 anos já disputava o Campeonato Mineiro da Primeira Divisão de 1959, que, neste ano, foi dividido em zonas na Primeira Fase. O Bela Vista disputou a Zona do Sertão, classificando-se em segundo e qualificando-se para a Fase Final, quando chegou na 10ª posição (entre onze equipes). Uma das formações do Bela Vista foi Ziete, Bimba, Darci, Gato e Suil; Edésio e Miltinho; Nenenzão, Genuíno, Fifi e Ivo.
Pelo Bela Vista, Fifi disputou também o campeonato mineiro de 1960, quando o clube melhorou sua classificação, chegando na sétima posição entre 16 participantes.
Foi emprestado ao Atlético Mineiro, de Belo Horizonte-MG, fazendo seu primeiro jogo no novo clube em 20 de julho de 1961, no amistoso contra o Olímpica, de Lavras-MG, que terminou empatado em 2 x 2.
Foi uma passagem bem rápida, onde foi muito pouco utilizado, tanto é que antes de terminar o ano de 1961 voltou ao Bela Vista e terminou sua participação no campeonato mineiro deste ano.
Sua última participação no Bela Vista aconteceu na disputa pela permanência na Primeira Divisão para 1962. No dia 13 de junho de 1962, Fifi marcou um dos gols do empate de 2 x 2 com o Itaú, resultado que garantiu a vaga ao Bela Vista.
Poucos dias depois, mais precisamente em 29 de junho de 1962, Fifi estava de volta ao Atlético Mineiro, em amistoso contra o Aluminas, atuando em uma nova posição, centro-médio (atual volante).

Sagrou-se campeão mineiro no ano de 1962, depois da disputa de uma melhor-de-três contra o Cruzeiro. No terceiro jogo, no dia 15 de fevereiro de 1963, aconteceu empate de 1 x 1 no tempo regulamentar e vitória de 1 x 0 do Atlético Mineiro na prorrogação. Nesse dia, o Atlético Mineiro formou com Marcial, Reginaldo, William, Procópio e Marcelino; Dinar e Fifi; Toninho, Nilson, Afonsinho e Noêmio. Técnico: Antoninho.
Por curiosidade, no dia 14 de outubro de 1962, o Atlético Mineiro goleou o ex-clube de Fifi, o Bela Vista, por 5 x 1, com dois gols marcados por ele.
Ainda no ano de 1962, Fifi foi convocado para o selecionado de Minas Gerais que disputou e ganhou o Campeonato Brasileiro de Seleções, depois de eliminar, Paraná, São Paulo e a então Guanabara. Fifi era reserva de Amauri Horta.
Iniciou sua participação na equipe que conquistaria o bicampeonato mineiro em 1963, mas, logo na segunda rodada, disputaria seu último jogo com a camisa do Atlético Mineiro, em 11 de julho de 1963, no empate em 1 x 1 com o Uberlândia.
No Atlético Mineiro Fifi disputou um total de 47 jogos e marcou três gols.
Depois de despertar interesse de Flamengo e Palmeiras, Fifi foi contratado pelo Botafogo. Chegou ao Rio de Janeiro no dia 15 de agosto de 1963 e no mesmo dia vestiu a camisa amarela dos titulares em seu primeiro treino no novo clube. O Jornal dos Sports destacou: “Fifi é bom dominador de bola, bate com os dois pés, passa com firmeza, tem personalidade e ainda disse que não tem medo de fracassar no Rio de Janeiro, porque é campeão brasileiro”. Continuando: “A presença de Fifi foi a nota de sensação do apronto do Botafogo para o jogo com o Fluminense”.

Fábio Fonseca, presidente do Atlético Mineiro, explicou: “Só não foi possível sua permanência no Atlético porque ele exigia quantia acima do máximo do clube, que é Cr$ 40 mil. Mas sua reivindicação era justa. Com a proposta do Botafogo, resolvemos ceder Fifi”.
O Botafogo procurou, por todos os meios, inscrever Fifi na V Taça Brasil. Todavia, nada pôde ser feito, pois o prazo de inscrição, que fora prorrogado até o dia 6 de agosto de 1963 expirou e Fifi somente foi contratado depois do período legal.
Depois de muita expectativa, Fifi teve atuação discreta na sua estreia, no dia 3 de setembro de 1963, na vitória sobre o Vasco da Gama, por 2 x 0. Formou o Botafogo com Manga, Joel, Zé Carlos, Nilton Santos e Rildo; Élton e Fifi; Jairzinho, Amoroso, Quarentinha e Jair Bala.
No jogo seguinte, em 7 de setembro de 1963, com vitória de 3 x 2 sobre o Olaria, Fifi marcaria seu primeiro e único gol com a camisa do Botafogo no campeonato carioca de 1963, quando o clube deixou escapar a chance do tricampeonato estadual, terminando na quarta colocação.
Não conseguiu se firmar entre os titulares. O plantel recheado de campeões mundiais do Botafogo ofuscou o futebol de Fifi.
Na reserva, ajudou o Botafogo a conquistar (junto com o Santos) o Torneio Rio-São Paulo de 1964. Disputou apenas um jogo pela competição, no dia 22 de março de 1964, na vitória de 2 x 0 sobre o São Paulo, substituindo Arlindo.
Despois de participar de seis amistosos e um jogo pelo Torneio Rio-São Paulo de 1965, Fifi foi emprestado por quatro meses ao América, de Belo Horizonte-MG. Chegou à capital mineira em 27 de outubro de 1965 e fez sua estreia no dia 6 de novembro de 1965, no Mineirão, contra o Guarani. O América formou com Capelani, Luisinho, Jorge, Caillaux e Murilo; Eduardo e Fifi; Sérgio, Mosquito, Dirceu Alves e Nilo.

O Campeonato Mineiro de 1965 somente seria encerrado em 20 de fevereiro de 1966, com o América terminando na segunda colocação, três pontos atrás do campeão Cruzeiro na classificação final.
No treino realizado em 13 de abril de 1966, primeiro do time desde que voltou à atividade, Fifi se reapresentaria ao Botafogo, passando a integrar a equipe de reservas.
Daí em diante fez poucos jogos no time principal do Botafogo. No total, em 1966, foram quatro amistosos (com um gol marcado), três jogos pelo Campeonato Carioca e quatro (com mais um gol marcado) válidos pela Taça Guanabara.
No total foram 32 jogos disputados por Fifi, com quatro gols marcados.
A última participação de Fifi pelo Botafogo foi nos dias 2 e 5 de março de 1967, quando foi realizado um torneio quadrangular interestadual em Brasília, que levou o nome de Taça “Ciro Machado do Espírito Santo” e reuniu as equipes do Defelê (promotor) e Rabello, de Brasília, o Ipiranga, de Anápolis (GO) e o Botafogo, representado por uma equipe reserva.
O Botafogo venceu o Defelê, por 1 x 0, gol de Rui Amoroso, e depois empatou com o Rabello em 0 x 0, ficando com o troféu de campeão por ser equipe visitante. Na decisão, o Botafogo atuou com Cao, Mura, Carlos Alberto, Adevaldo e Moreira; Luiz Henrique e Fifi; Maurício (Zezé), Rui Amoroso, Jerônimo e Helinho. Técnico: Adalberto Martins (que acumulou as funções de técnico e chefe da delegação).
Logo depois, terminado seu contrato com o Botafogo, ficou um tempo sem clube e andou treinando no Fluminense. Em um desses treinamentos, no dia 2 de junho de 1963, jogando ao lado de Samarone e Lula, marcou dois gols na vitória dos reservas sobre os titulares, por 4 x 2.
Voltaria a marcar um gol no treino de 17 de agosto de 1967, mas, desta vez, com derrota dos reservas.
Pouco mais de um mês depois, sem resolver sua situação junto ao Fluminense, tentou a sorte no Bonsucesso. Após alguns treinos na equipe reserva do clube, impressionou bem o técnico Antoninho, que recomendou sua contratação. Assinou contrato com o Bonsucesso, onde realizou seu primeiro treino no dia 15 de setembro de 1967.
No dia 1º de outubro de 1967, com boa atuação, Fifi fez sua estreia pelo Bonsucesso, na Gávea, com vitória de 2 x 1 sobre o Flamengo. Atuou o Bonsucesso com Jonas, Luís Carlos, Moisés, Paulo Lumumba e Albérico; Amaro e Fifi; Gilberto, Enos, Gibira e Valdir.
No dia 10 de janeiro de 1968 embarcou com a delegação que realizaria uma excursão pelo Norte e Nordeste do Brasil.
Com Fifi no time, o Bonsucesso viveu bons momentos, sendo sexto no campeonato carioca de 1968 (junto com o Fluminense) e quarto colocado na Taça Guanabara do mesmo ano.
O Bonsucesso de Fifi continuou realizando boa campanha no campeonato carioca de 1969. Logo na primeira rodada, vitória sobre o Botafogo, por 2 x 1. Depois empataria com Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama, América e Bangu, terminando a competição na mesma sexta colocação de um ano antes.
Fifi ainda disputaria o campeonato carioca de 1970, pelo Bonsucesso. Seu último jogo com a camisa do clube foi em 11 de julho de 1970, na derrota por 4 x 0 para o Fluminense. Antes do término da competição, deixou os gramados e passou a trabalhar como auxiliar do técnico Eitel Seixas.
Em 11 de janeiro de 1971, quando Zizinho assumiu a direção técnica do Bonsucesso, Fifi continuou como Auxiliar Técnico.
Mesmo com as constantes mudanças de treinadores, Fifi continuava trabalhando como Auxiliar no Bonsucesso. Em 1975, foi o treinador da equipe de juvenis no Campeonato Carioca da categoria.
Depois que deixou o futebol, passou a trabalhar como corretor de imóveis.
Nos últimos anos tem sido um dos moradores do Lar de Frei Luiz, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, uma instituição que atende crianças, adolescentes e idosos de baixa renda.



Fontes consultadas:
Datafogo
Jornal dos Sports
Mundo Botafogo
O Canto do Galo
Revista do Esporte
RSSSF Brasil