O Campeonato Sergipano de 1953 foi dividido em dois grupos: Capital e Interior.
O Vasco Esporte Clube, time de Genivaldo, fez parte do grupo da Capital.
No dia 10 de maio de 1953 foi realizado o Torneio Início do Campeonato de
Aracaju. O Vasco sagrou-se campeão, com direito a gol de Genivaldo na vitória
de 1 x 0 sobre o Palestra.
Uma semana depois começou o campeonato e Genivaldo teve participação decisiva
no segundo (o primeiro foi em 1944) título de campeão sergipano alcançado pelo
Vasco.
Mesmo tendo marcado oito gols, não impediu de o Sergipe sagrar-se campeão
invicto do 1º turno. O Vasco ficou em segundo lugar.
Genivaldo continuou marcando muitos e decisivos gols para terminar com a
conquista do Vasco no 2º turno. Marcou gol no empate em 2 x 2 com o Sergipe
(18.10), na vitória sobre o Palestra (4 x 1 – 14.11) e também na vitória sobre
o Confiança (3 x 2 - 22.11). Com esse resultado, o Vasco conquistou o 2º turno.
Na decisão do campeonato da Capital, nos dias 24 e 31 de janeiro de 1954,
Genivaldo marcou todos os gols do Vasco nas vitórias de 1 x 0 e 2 x 0 sobre o
Sergipe.
O Riachuelo venceu o Campeonato do Interior e decidiu o título estadual com o
Vasco, em três jogos, em março de 1954. Genivaldo não participou de nenhum
deles, mas o Vasco conquistou o título após duas vitórias (3 x 2 e 1 x 0 e um
empate 0 x 0).
Quando a Federação Sergipana de Desportos convocou os jogadores para defenderem
a seleção estadual no Campeonato Brasileiro, Genivaldo foi um deles. Sergipe
foi desclassificado por Pernambuco.
Suas atuações no Vasco Esporte Clube e os elogios recebidos, deram-lhe
esperanças de conseguir um lugar ao sol na cidade grande.
Antes de se dedicar ao futebol, Genivaldo passou o ano de 1954 como aluno da
Escola de Sargentos em Três Corações (MG), onde chegou como praça e saiu como
3º Sargento. O Major Moacir o levou para o Rio de Janeiro (RJ).
Em fevereiro de 1955, ou seja, antes de completar 20 anos, Genivaldo
desembarcou no Rio de Janeiro com a cabeça cheia de sonhos.
De altura e peso respeitáveis, não faltou quem o apontasse como a solução
futura dos problemas do ataque tricolor. Além do porte físico privilegiado,
Genivaldo sabia marcar gols.
Em maio de 1955, embarcou com um time misto do Fluminense para uma excursão
pelo Espírito Santo.
No mês seguinte foi registrado pelo Fluminense junto à federação carioca,
passando a atuar nos juvenis.
Nos cinco primeiros jogos do Fluminense, 22 gols foram marcados, sendo que oito
por Genivaldo.
O campeonato carioca de juvenis só seria encerrado no dia 6 de fevereiro de
1956, em General Severiano, quando Fluminense e Vasco da Gama, ambos invictos e
que durante várias rodadas estiveram empatados, decidiram a competição. O
Fluminense triunfou espetacularmente por 5 x 1. Genivaldo marcou três gols. Ele
foi o artilheiro do campeonato, com 25 gols (em 18 jogos), um terço do total
marcado pelo Fluminense.
Genivaldo assinou contrato como jogador profissional em março de 1956.
Em 16 de julho de 1956 foi disputado o Torneio Início do Campeonato Carioca. Um
gol de Genivaldo decidiu o Torneio Início a favor do Fluminense, contra o
Bonsucesso. Aos dois minutos do 2º tempo, Genivaldo recebeu de Telê, controlou
a bola, invadiu a área e marcou o único tento do jogo.
Na qualidade de 3º Sargento do Exército, servindo no contingente da Fábrica de
Cartuchos de Realengo, Genivaldo foi convocado para a Seleção Brasileira que
disputaria o Campeonato Mundial Militar de Futebol, na Argentina, de 7 a 14 de
julho de 1957, envolvendo Argentina, Brasil, França e Itália. O Brasil não foi
bem (perdeu para a Argentina – 4 x 2 e França , campeã – 4 x 1 – gol de
Genivaldo, e empatou em 2 x 2 com a Itália) e ficou na quarta e última posição.
Mas a camisa nove do Fluminense tinha um dono, o grande Valdo, com quem
Genivaldo não conseguiu duelar pela vaga de titular, apesar de continuar
marcando seus gols nos treinos, amistosos com o time misto e no campeonato de aspirantes.
No dia 6 de agosto de 1957, o time de aspirantes do Fluminense venceu o São
Cristóvão por 6 x 0, com cinco gols marcados por Genivaldo.
O Fluminense venceria o campeonato carioca de aspirantes no dia 17 de dezembro
de 1957. Genivaldo marcou um total de sete gols na campanha, com a artilharia
ficando em poder do botafoguense Amoroso, com dezoito.
Foi passando o tempo na reserva, até que um dia, porém, o atacante sergipano
foi dispensado.
Primeiramente, foi emprestado ao Vasco da Gama para o Torneio “João Teixeira de
Carvalho”, de 1 a 25 de junho de 1958, competição promovida pela Federação
Metropolitana de Futebol (FMF) para os clubes cariocas não ficarem parados no
período da Copa do Mundo. O torneio foi vencido pelo Botafogo, que eliminou o
Vasco da Gama na Segunda Fase.
No dia 16 de julho de 1958, após receber passe livre do Fluminense, fez sua
estreia no comando de ataque do São Cristóvão no amistoso realizado contra o
América no dia 16 de julho de 1958, após se registrado seu contrato com o novo
clube.
De forma oficial estreou no Campeonato Carioca, no dia 20 de julho de 1958,
marcando três gols na goleada sobre o Bonsucesso, por 4 x 0.
Ficou entre os dez melhores artilheiros da competição, por ironia do destino
liderados por Valdo, do Fluminense, com 18 gols. Genivaldo marcou doze.
Graças às suas boas atuações, Genivaldo teve despertada para si a cobiça de
vários clubes, entre eles o América. O avante sergipano chegou, inclusive, a
acompanhar a delegação rubra que excursionou pela América do Sul no mês de
janeiro de 1959.
Continuou emprestado ao América para a disputa do Torneio Rio-São Paulo de
1959. No 3 x 2 sobre o São Paulo, Genivaldo marcou o gol da vitória. Na vitória
de 4 x 2 sobre o Fluminense, dois gols de Genivaldo. No 4 x 3 sobre o Santos,
mais dois gols.
Genivaldo terminou o Torneio Rio-São Paulo com seis gols. Antes de ser
devolvido ao São Cristóvão, ainda seguiu com a delegação do América em excursão
pela Europa. Na vitória sobre o Maccabi Haifa, por 5 x 0, Genivaldo marcou três
gols.
O América chegou a se interessar em adquirir o passe de Genivaldo em
definitivo, mas o São Cristóvão pediu 800 mil cruzeiros, preço que o América
não concordou e devolveu o jogador.
Genivaldo chegou a ser convocado para os treinamentos da Seleção Brasileira
Militar que disputaria o Sul-Americano da categoria, mas não estava na lista
final. O Brasil acabaria vencendo essa competição, contando, dentre outros
craques, com Pelé.
Logo depois do término do Rio-São Paulo, Genivaldo foi devolvido ao São
Cristóvão, por onde disputou o Campeonato Carioca de 1959. Apesar da má
campanha do clube no campeonato (ficou em 11º e penúltimo lugar), Genivaldo foi
o artilheiro da equipe com seis gols.
No dia 28 de dezembro de 1959 o técnico Tim convocou os vinte e dois jogadores
que defenderiam a Seleção Carioca no Campeonato Brasileiro de 1960. Dentre eles
estava Genivaldo.
Em 26 de junho de 1960 Genivaldo disputou sua última partida pelo São Cristóvão,
no empate em 0 x 0 com o Atlético Mineiro. O clube de Belo Horizonte chegou a
se interessar em contratar Genivaldo, mas o São Cristóvão pediu um milhão de
cruzeiros pelo seu passe, proposta que provocou imediata desistência.
Com a venda do passe de Paulinho Valentim ao Boca Juniors, da Argentina, o nome
de Genivaldo foi lembrado para ocupar esse espaço no Botafogo.
Assim, no dia 6 de julho de 1960, Genivaldo foi negociado com o Botafogo. A sua
transferência ficou pela importância de 900 mil cruzeiros.
A estreia de Genivaldo no Botafogo aconteceu num amistoso em General Severiano,
contra o América, no dia 14 de julho de 1960, com vitória do alvinegro por 1 x
0.
Três dias depois, integrou a equipe do Botafogo que disputou o Torneio Início
do Campeonato Carioca de 1960. No quinto jogo do dia, após empate de 1 x 1, o
Botafogo foi eliminado do torneio nos pênaltis.
O primeiro gol com a camisa do Botafogo ocorreu em 31 de julho de 1960, em
Curitiba (PR), no amistoso contra o local Ferroviário, com vitória de 4 x 1.
Em 11 de setembro de 1960, em jogo válido pelo Campeonato Carioca, o Botafogo
goleou o São Cristóvão, por 6 x 0, com três gols marcados por Genivaldo.
No total, em 1960, Genivaldo disputou dezoito jogos pelo Botafogo, sendo seis
amistosos (quando marcou cinco gols) e doze pelo campeonato carioca
(assinalando oito gols).
Apesar de ser profissional correto e ter grande dose de boa vontade, não chegou
a dar satisfações à torcida alvinegra. Longe de reproduzir suas melhores
atuações no São Cristóvão, Genivaldo tornou-se para muitos “o campeão dos gols
perdidos”. Na maior parte do tempo, mostrou-se inibido e, apesar de lutador e
voluntarioso, a torcida não conseguia esquecer Paulinho Valentim.
Em matéria de resultados, os torcedores do Botafogo nem podiam se queixar,
afinal de contas, enquanto Genivaldo permaneceu no clube, só perdeu um jogo. E
se deixou de fazer alguns gols foi porque estava dentro da área brigando.
Infelizmente, não rendeu o que dele se esperava, tendo passado à suplência quase
que permanentemente em 1961. Neste ano, foram apenas três jogos, sendo um
amistoso e dois pelo Torneio Rio-São Paulo, sem marcar gol.
A última vez que defendeu o Botafogo foi em 1º de maio de 1961, no amistoso com
derrota para o Flamengo, por 1 x 0.
No dia 5 de maio de 1961, no último treino no Botafogo, integrou o time titular
e marcou dois gols na vitória sobre os suplentes, por 6 x 0. Ainda assim,
quando saiu a lista dos jogadores do Botafogo que iriam para uma excursão à
Europa, o nome de Genivaldo não estava nela.
Quase foi emprestado ao Olaria. Em 29 de maio de 1961 apresentou-se como
reforço do América para o campeonato carioca deste ano.
Antes, Genivaldo seguiu com a delegação do América para uma excursão pela
América do Sul. Em sua reestreia, no dia 18 de junho de 1961, Genivaldo marcou
dois gols na vitória de 5 x 2 sobre o Bolívar, em La Paz.
Vieram algumas derrotas e o ambiente no América não ficou nada bom, chegando ao
ponto de Genivaldo desentender-se com o treinador Lourival Lorenzi porque este
o manteve à margem do treino.
O ano de 1962 foi tenebroso para Genivaldo, que passou muito tempo no
Departamento Médico do América, sem condições de participar dos treinos em
Campos Sales. Ficou sem ir ao América e foi multado em 60% dos seus
vencimentos. Não tinha mais ambiente para permanecer no América e, em 1963, foi
cedido ao São Cristóvão.
Em 1964, ainda militar, passou a jogar de graça, numa prova de amor ao futebol.
Depois que encerrou sua carreira no São Cristóvão, Genivaldo passou a se
dedicar aos campeonatos de veteranos, tendo disputado três anos (1968 a 1970)
no Milionários e, de 1971 a 1973 no Roial, e também a participar de jogos
amistosos comemorativos pelo interior do Brasil, quando era convidado.
Fontes:
Blog do Marcão, Manchete Esportiva, Revista do Esporte, Jornal dos Sports e A
Noite.
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