terça-feira, 10 de outubro de 2023

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS: Floriano


Floriano Dias Silva nasceu em Niterói (RJ), no dia 14 de maio de 1929.
Começou sua carreira nos juvenis do Tamoio, de São Gonçalo (RJ). Depois transferiu-se para o Mauá, também de São Gonçalo, e passou a dividir seu tempo entre jogador desse clube e de funcionário da Companhia de Cimento Portland.
No dia 14 de janeiro de 1950 fez parte da Seleção do antigo Estado do Rio que decidiu o título da Taça "Paulo Goulart de Oliveira”, o Campeonato Brasileiro de Seleções Amadoras, contra a seleção de São Paulo. A seleção fluminense era muito boa e uma semana antes (7 de janeiro), no campo do Botafogo, havia eliminado a seleção carioca, vencendo-a por 5 x 3. No tempo normal, empate em 2 x 2 e derrota de 1 x 0 na prorrogação. Formou o selecionado fluminense com Doca, Floriano e Nestor; Hélio, Celinho e Laédio; Wilson, Manteiga, Vermelho, Abel e Édson.
Muitos desses jogadores seguiram para clubes do Rio de Janeiro, sendo que Floriano foi para o Botafogo, em agosto de 1950.
Durante o restante de 1950 e 1951 integrou o quadro de aspirantes do Botafogo, só entrando em campo no primeiro time por ocasião de um amistoso em Juiz de Fora (MG), no dia 20 de agosto de 1950, quando ganhou do Tupynambás local, por 1 x 0. Nesse jogo o Botafogo formou com Oswaldo Baliza, Floriano e Nilton Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio, Neca (Souza), Ariosto (Careca), César (Vivinho) e Braguinha. Técnico: Carvalho Leite.
Ficaria no Botafogo até 1954, tendo disputado 64 jogos, sem marcar gol. Além do citado amistoso em 1950, foram cinco jogos pelo Torneio Municipal de 1951, competição que teve o Botafogo como campeão.


Em 1952, onze amistosos, oito jogos pelo Campeonato Carioca, cinco pelo Torneio Municipal e quatro pelo Torneio Rio-São Paulo.
Diminuiu bastante sua participação no ano de 1953, tendo disputado quatro amistosos, um jogo apenas pelo Campeonato Carioca e dois pelo Torneio Rio-São Paulo.
Em seu último ano como jogador do Botafogo, 1954, disputou 17 amistosos e seis jogos pelo Torneio Rio-São Paulo.
Seu último jogo no Botafogo foi em 20 de junho de 1954, contra a Portuguesa de Desportos, no Pacaembu, pelo Torneio Rio-São Paulo de 1954. O Botafogo perdeu por 3 x 1, atuando com Pianovsky, Thomé e Floriano; Araty (Ruarinho), Bob e Juvenal; Garrincha, Dino, Carlyle, Jayme e Vinícius. Técnico: Gentil Cardoso. Aos 31 minutos do segundo tempo os jogadores brigaram, trocando socos e pontapés. Todos foram expulsos pelo árbitro Carlos de Oliveira Monteiro, o Tijolo.
Ainda jogaria o Torneio Início pelo Botafogo em agosto de 1954, no Maracanã.
Em setembro de 1954 se transferiu justamente para a Portuguesa de Desportos, de São Paulo (SP), onde fez sua estreia no dia 25 de setembro de 1954, no Pacaembu, na vitória de 1 x 0 sobre o São Bento, de Sorocaba, em jogo válido pelo Campeonato Paulista, competição em que a Portuguesa de Desportos chegaria em quinto lugar, atrás apenas dos quatro grandes do futebol de São Paulo: Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos. A formação da Portuguesa de Desportos nesse jogo foi Lindolfo, Hermínio e Floriano; Djalma Santos, Brandãozinho e Ceci; Julinho, Edmur, Osvaldinho, Átis e Ortega. Técnico: Abel Picabéa. Floriano foi titular da zaga em 19 dos 26 jogos disputados pela Lusa, tendo chegado em São Paulo com cinco rodadas realizadas (ficou de fora de dois jogos).

Logo depois conquistaria seu maior título pela Portuguesa de Desportos, o Torneio Rio-São Paulo de 1955, após decisão em dois jogos contra o Palmeiras: 2 x 2 em 29 de maio e 2 x 0 em 5 de junho. Neste dia, a Portuguesa de Desportos sagrou-se campeã com Cabeção, Nena e Floriano; Djalma Santos, Brandãozinho e Zinho; Julinho, Ipojucan, Airton, Edmur e Ortega. Técnico: Délio Neves
Floriano estava bem na Portuguesa de Desportos até o dia em que foi operado de apendicite. Daí em diante ficou na suplência de duas posições e não mais recuperou a titularidade.
A última vez que Floriano vestiu a camisa da Portuguesa de Desportos foi em 26 de dezembro de 1956, no empate em 1 x 1 com o XV de Novembro, de Piracicaba, pelo Campeonato Paulista.
Nesse período, disputou 61 jogos pela Portuguesa de Desportos.
Quando o Campeonato Carioca começou, em 27 de julho de 1957, Floriano já vestia a camisa do Canto do Rio na vitória de 2 x 1 sobre a Portuguesa, em Caio Martins, Niterói. Formou com Garcia, Paulo, Floriano e Arnóbio; Vítor e Dodoca; Caboclo, Mituca, Zequinha, Osmar e Pinheiro.
Permaneceria no Canto do Rio até 1961, neste último ano mais na reserva do que como titular. Seu último jogo aconteceu em 9 de agosto de 1961, quando o Canto do Rio empatou em 0 x 0 com o Olaria, em São Januário, pelo Campeonato Carioca desse ano. Atuou com Ari Jório, Luciano, Floriano, Nésio e Pereira; Jair e Ferreira; Jairo, Fernando, Domingos e Alfredo. Técnico: Alber Peçanha.
No dia 16 de abril de 1962 Floriano assassinou sua esposa, Vilma Coturre Dias Silva, com três tiros de revólver, no sítio de sua propriedade.
Segundo alguns, o motivo que levou Floriano ao crime pode ter sido o de ser ofendido moralmente pela esposa, cuja conduta irregular e infiel não lhe respeitava sequer o próprio lar.
Em junho de 1963, sob a presidência do Dr. José Rodrigues Lema, Juiz de Direito da Comarca de Cachoeiras de Macacu, Floriano foi julgado e condenado a 12 anos e seis meses.

Fontes consultadas:
Datafogo
Diário Carioca
Revista do Esporte
Sport Ilustrado.

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