quarta-feira, 26 de outubro de 2022

RETRATO EM PRETO E BRANCO: Negrinhão

 

Waldyr do Espírito Santo, o Negrinhão, nasceu em Campos (RJ), no dia 26 de outubro de 1920.

Começou no Industrial Futebol Clube, que era formado por operários da Fábrica de Tecidos do bairro da Lapa, em Campos. A seguir, foi tetracampeão de Campos defendendo o Goytacaz, de 1940 a 1943. Participou de vários combinados campistas e, em 1943, disputou sete jogos pelo selecionado do Estado do Rio que foi terceiro colocado no Campeonato Brasileiro de Seleções.

Após se destacar nas atuações contra a seleção da Guanabara nos dois jogos (5 e 8 de dezembro) contra o Estado do Rio, Negrinhão foi procurado por dirigentes do Botafogo, Flamengo, Fluminense e São Cristóvão, interessados em contar com o seu futebol.

Não demorou para Negrinhão tornar-se o terceiro jogador (juntamente com Oswaldo Baliza e Ivan) a se transferir do futebol fluminense para o Botafogo.

Em 11 de fevereiro de 1944, o Botafogo deu entrada na Federação Metropolitana de Futebol, pedindo a transferência de Negrinhão, que era amador, para fazer parte do quadro de seus jogadores profissionais.

A estreia de Negrinhão no Botafogo aconteceu no dia 8 de março de 1944, em São Januário, com uma goleada de 6 x 2 sobre o Flamengo, em jogo válido pelo Torneio Relâmpago, na preliminar de Fluminense x América. O Botafogo formou com Oswaldo Baliza, Hernandez e Lusitano; Zarcy, Santamaria e Negrinhão; Affonsinho, Octávio (Tovar), Heleno de Freitas, Limoeirinho e Reginaldo. Técnico: Martim Silveira.

Em outubro de 1944, saiu a convocação da Seleção Carioca que disputaria o Campeonato Brasileiro de 1944, e Negrinhão era um dos convocados para se concentrarem em São Lourenço (MG), visando os treinamentos do selecionado carioca. Durante os primeiros dias que passou na cidade hidromineral, Negrinhão foi medicado com inflamação no fígado e foi cortado dos treinamentos.


Em 1945 chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira que disputaria o Sul-Americano no Chile, mas foi cortado antes do embarque para Santiago.

A última partida de Negrinhão no Botafogo foi em 27 de março de 1947, em um amistoso em Blumenau (SC), com vitória de 4 x 1 sobre o local Palmeiras. A formação do Botafogo foi a seguinte: Oswaldo Baliza, Carvallo e Sarno; Rubinho (Ivan), Nilton Senra e Juvenal (Negrinhão); Santo Cristo, Limoeirinho, Geninho, Octávio (Tim) e Izaltino. Técnico: Ondino Vieira.

Sua passagem pelo Botafogo está assim discriminada:

 

ANO

Jogos

Vitórias

Empates

Derrotas

Gols

1944

28

15

4

9

1

1945

33

16

9

8

1

1946

36

23

3

10

1

1947

8

4

2

2

0

TOTAL

105

58

18

29

3

 

Em março de 1947 era dada como certa a ida de Negrinhão para o Flamengo, mas ele acabou indo parar no América, de Belo Horizonte (MG).

Estreou no dia 20 de abril de 1947, na vitória de 3 x 2 sobre o Sete de Setembro, válido pelo Campeonato Mineiro, competição em que o América chegou na terceira colocação, atrás do campeão Atlético e do vice-campeão Villa Nova. Marcou um dos gols da goleada de 4 x 1 sobre o Cruzeiro, no dia 31 de agosto de 1947.

No ano seguinte, o América se recuperou e chegou ao título de campeão mineiro, mais de 20 anos depois da sua última conquista estadual. Na final, no dia 28 de novembro de 1948, o América venceu o Atlético Mineiro, por 3 x 1, formando com Tonho, Didi e Lusitano; Jorge, Lazarotti e Negrinhão; Hélio, Elgen, Petrônio, Valsechi e Murilinho. Técnico: Yustrich.

Quando terminou seu contrato com o América mineiro, demonstrou interesse em voltar ao futebol carioca. Surgiu o interesse da Portuguesa de Desportos, de São Paulo, mas voltou ao Rio de Janeiro. No Fluminense, ficou mantendo a forma, até que aparecesse algum clube interessado em contratá-lo. O tricolor carioca até demonstrou interesse em ficar com ele, mas seu passe ainda estava preso ao América mineiro e custava muito caro, além de alegarem que estava com a idade avançada, não acontecendo negociação.

Disputou o Campeonato Brasileiro de Seleções de 1950 por Minas Gerais (semifinalista) e, foi, então, contratado pelo Jabaquara, de Santos, onde somente estrearia no 2º turno do Campeonato Paulista, no dia 19 de novembro de 1950, no empate em 1 x 1 com o São Paulo.


Deixou o futebol paulista e retornou ao Rio de Janeiro, passando a treinar no São Cristóvão, cujo técnico era Aymoré Moreira.

Atraído pelo Eldorado do futebol colombiano (quando vários jogadores foram seduzidos pelas fortunas da liga pirata mais famosa de todos os tempos), aproveitou o retorno de Heleno de Freitas ao futebol da Colômbia e se juntou a ele no Atlético Junior, de Barranquilla, que chegou a possuir oito jogadores brasileiros em sua equipe.

Permaneceu na Colômbia até 1954, retornou ao Brasil e ficou treinando no Flamengo, sem nenhum compromisso. Em 1955, viveu a mesma situação na Portuguesa carioca. Não mais voltou a jogar profissionalmente, encerrando sua carreira.

 

Fontes:

Blog História do Futebol Campista

Diário da Noite

Jornal dos Sports

O Canto do Coelho

  

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