Começou no Industrial Futebol Clube, que era formado por operários
da Fábrica de Tecidos do bairro da Lapa, em Campos. A seguir, foi tetracampeão de
Campos defendendo o Goytacaz, de 1940 a 1943. Participou de vários combinados
campistas e, em 1943, disputou sete jogos pelo selecionado do Estado do Rio que
foi terceiro colocado no Campeonato Brasileiro de Seleções.
Após se destacar nas atuações contra a seleção da Guanabara nos
dois jogos (5 e 8 de dezembro) contra o Estado do Rio, Negrinhão foi procurado
por dirigentes do Botafogo, Flamengo, Fluminense e São Cristóvão, interessados
em contar com o seu futebol.
Não demorou para Negrinhão tornar-se o terceiro jogador
(juntamente com Oswaldo Baliza e Ivan) a se transferir do futebol fluminense
para o Botafogo.
A estreia de Negrinhão no Botafogo aconteceu no dia 8 de março de
1944, em São Januário, com uma goleada de 6 x 2 sobre o Flamengo, em jogo
válido pelo Torneio Relâmpago, na preliminar de Fluminense x América. O
Botafogo formou com Oswaldo Baliza, Hernandez e Lusitano; Zarcy, Santamaria e
Negrinhão; Affonsinho, Octávio (Tovar), Heleno de Freitas, Limoeirinho e
Reginaldo. Técnico: Martim Silveira.
Em outubro de 1944, saiu a convocação da Seleção Carioca que
disputaria o Campeonato Brasileiro de 1944, e Negrinhão era um dos convocados
para se concentrarem em São Lourenço (MG), visando os treinamentos do
selecionado carioca. Durante os primeiros dias que passou na cidade
hidromineral, Negrinhão foi medicado com inflamação no fígado e foi cortado dos
treinamentos.
A última partida de Negrinhão no Botafogo foi em 27 de março de
1947, em um amistoso em Blumenau (SC), com vitória de 4 x 1 sobre o local Palmeiras.
A formação do Botafogo foi a seguinte: Oswaldo Baliza, Carvallo e Sarno;
Rubinho (Ivan), Nilton Senra e Juvenal (Negrinhão); Santo Cristo, Limoeirinho,
Geninho, Octávio (Tim) e Izaltino. Técnico: Ondino Vieira.
Sua passagem pelo Botafogo está assim discriminada:
ANO |
Jogos |
Vitórias |
Empates |
Derrotas |
Gols |
1944 |
28 |
15 |
4 |
9 |
1 |
1945 |
33 |
16 |
9 |
8 |
1 |
1946 |
36 |
23 |
3 |
10 |
1 |
1947 |
8 |
4 |
2 |
2 |
0 |
TOTAL |
105 |
58 |
18 |
29 |
3 |
Em março de 1947 era dada como certa a ida de Negrinhão para o
Flamengo, mas ele acabou indo parar no América, de Belo Horizonte (MG).
Estreou no dia 20 de abril de 1947, na vitória de 3 x 2 sobre o
Sete de Setembro, válido pelo Campeonato Mineiro, competição em que o América
chegou na terceira colocação, atrás do campeão Atlético e do vice-campeão Villa
Nova. Marcou um dos gols da goleada de 4 x 1 sobre o Cruzeiro, no dia 31 de
agosto de 1947.
Quando terminou seu contrato com o América mineiro, demonstrou
interesse em voltar ao futebol carioca. Surgiu o interesse da Portuguesa de
Desportos, de São Paulo, mas voltou ao Rio de Janeiro. No Fluminense, ficou
mantendo a forma, até que aparecesse algum clube interessado em contratá-lo. O
tricolor carioca até demonstrou interesse em ficar com ele, mas seu passe ainda
estava preso ao América mineiro e custava muito caro, além de alegarem que
estava com a idade avançada, não acontecendo negociação.
Disputou o Campeonato Brasileiro de Seleções de 1950 por Minas
Gerais (semifinalista) e, foi, então, contratado pelo Jabaquara, de Santos, onde
somente estrearia no 2º turno do Campeonato Paulista, no dia 19 de novembro de
1950, no empate em 1 x 1 com o São Paulo.
Atraído pelo Eldorado do futebol colombiano (quando vários
jogadores foram seduzidos pelas fortunas da liga pirata mais famosa de todos os
tempos), aproveitou o retorno de Heleno de Freitas ao futebol da Colômbia e se
juntou a ele no Atlético Junior, de Barranquilla, que chegou a possuir oito
jogadores brasileiros em sua equipe.
Permaneceu na Colômbia até 1954, retornou ao Brasil e ficou
treinando no Flamengo, sem nenhum compromisso. Em 1955, viveu a mesma situação
na Portuguesa carioca. Não mais voltou a jogar profissionalmente, encerrando
sua carreira.
Fontes:
Blog História do Futebol Campista
Diário da Noite
Jornal dos Sports
O Canto do Coelho
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